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CAMEL – Dust And Dreams

Dezembro 26, 2008

dustndreamsOs Camel são uma daquelas bandas que, injustamente e para grande pena dos fãs, não conseguem ver o seu talento reconhecido por editoras de renome. Activos (com nome Camel) desde 1971, ainda hoje o seu maior êxito continua a ser o álbum conceptual de 1975 The Snow Goose, inspirado na obra literária homónima de Paul Gallico, o que, não desprezando toda a qualidade de The Snow Goose, diz muito pouco acerca da qualidade e versatilidade da banda.
Prova disso mesmo é este Dust And Dreams. Curiosamente, também este álbum é inspirado numa obra literária, desta feita As Vinhas da Ira, de John Steinbeck. Para quem conhece a obra, é fácil acompanhar toda a história ao longo dos quase 50 minutos de música em que os Camel nos deliciam com a composição deste álbum conceptual.
Apesar de Andy Latimer, o líder da banda, não ter na voz o seu ponto mais forte, compensa em grande medida com as melodias que a sua guitarra nos oferece. Com uma sonoridade e estilo que fazem lembrar muito David Gilmour, Latimer consegue aliar um enorme feeling a uma técnica já bastante evoluída que nos proporcionam momentos de grande beleza no que toca a solos de guitarra.
O álbum acaba por ter quase mais momentos instrumentais que cantados, mas não é por isso menos coeso ou equilibrado. A combinação entre momentos mais calmos e mais mexidos adequa-se bem ao próprio ritmo a que se desenrolam os acontecimentos n’As Vinhas da Ira.

Pessoalmente, só acho que o álbum ficaria a ganhar com uma bateria acústica, em vez de uma bateria electrónica, como foi o caso, mas é uma questão de gosto pessoal que em nada procura desmerecer este 11.º álbum dos (infelizmente) quase desconhecidos Camel.

Fica aqui a sugestão e a homenagem, com o tema The End of the Line.

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PINK FLOYD – PULSE – finalmente em DVD

Agosto 21, 2006

Pink Floyd - PULSE DVDDepois de vários anos de espera, os fãs dos britânicos Pink Floyd vão, finalmente, poder recordar a última tournée da banda (já foi em 1994…). Quem teve a sorte de os ver, sabe que a digressão de promoção ao álbum The Division Bell (o último de originais lançado pela banda nesse mesmo ano) trouxe aos grandes palcos um dos maiores espectáculos ao vivo daquela altura.
O concerto editado agora em DVD (depois de ter o seu lançamento adiado por várias vezes, devido à necessidade de correcções técnicas) foi gravado em Earls Court numa das 14 noites consecutivas em que os Floyd lá tocaram, um recorde absoluto.

Poderemos contar com os êxitos que toda a gente quer ver e ouvir e com o clássico Dark Side Of The Moon tocado na íntegra, divididos em 2 DVDs e cerca de 3 horas de concerto. Os extras contêm imensas imagens inéditas e outro material dos arquivos da banda.

Mais não digo para não estragar a surpresa =)

Esperamos ansiosamente pelo dia 10 de Julho (já não falta assim tanto), dia em que sairá para a rua esta pérola. Vamos ver se, à semelhança do álbum ao vivo, esta caixa também traz a luzinha vermelha a piscar…

(post originalmente publicado em 30 de Junho de 2006)
Edit: vídeo inserido em Dezembro de 2009

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WHITESNAKE Live In The Still Of The Night

Agosto 15, 2006

Whitesnake - Live In The Still Of The Night

14 de Junho de 2006, cerca das 20 horas. A fila para entrar no Coliseu dos Recreios estende-se já por algumas dezenas de metros. 20 minutos depois, abrem-se as portas do recinto. A entrada faz-se sem problemas e conseguimos arranjar um lugar mesmo de frente para o palco. O público vai entrando e a plateia e bancadas vão-se compondo, ao som ambiente de várias músicas de hard-rock com alguns nomes conhecidos.

Após uma espera de cerca de uma hora, as luzes apagam-se e ouvem-se os aplausos do público espectante. Começamos a ouvir um som de sintetizador em crescendo… mas não, não são ainda os Whitesnake. Para surpresa de alguns, o concerto tem primeira parte e esta fica a cargo dos portugueses Faithfull, que têm assim a sua segunda participação como banda de apoio aos Whitesnake no espaço de 2 anos. Cerca de 40 minutos de actuação bem sucedida (à excepção de um pequeno deslize do guitarrista, mas nada de grave) confirmaram a qualidade da banda ao vivo, que já tinha sido testemunhada por quem viu o concerto de 2004 no Pavilhão Atlântico.

Voltam a acender-se as luzes do Coliseu e é altura de pôr a descoberto o material da banda cabeça de cartaz. Afinações finais dos instrumentos, últimos retoques, tudo com o som, novamente, de várias músicas rock, entre as quais, curiosamente, uma de David Coverdale a solo (um pouco de auto-promoção não faz mal nenhum).

O Coliseu volta a ficar às escuras… começam a ouvir-se os primeiros sons do teclado… o público vibra… “HERE’S A SONG FOR YA” grita David Coverdale e o mote está dado para o início de mais um grandioso concerto. O início é simplesmente avassalador, não havendo pausa da primeira para a segunda música. Só depois disso David Coverdale se dirige com mais cuidado ao público caloroso e pede a sua ajuda para o ajudar a cantar os primeiros versos de Love Ain’t No Stranger. Diga-se de passagem que a interacção entre Coverdale e o público foi uma constante ao longo do concerto, o que lhe deu um ambiente espectacular.

Tentando resumir aquilo que só quem lá esteve poderá compreender verdadeiramente, o que é certo é que o calor que se fez sentir não impediu ninguém de viver intensamente o espectáculo e cantar com a banda os seus êxitos mais conhecidos, entre eles os inevitáveis Is This Love e Here I Go Again. O poderoso Crying In The Rain deu oportunidade ao baterista Tommy Aldridge para brilhar com o seu solo de bateria de mais de 5 minutos, metade dos quais tocados apenas com as mãos, já que as baquetas tinham sido atiradas para o público a meio do solo.

Solos de guitarra nos entretantos e chegávamos a Ain’t No Love In The Heart Of The City, a balada que proporcionou o momento mais tranquilo de todo o concerto, mas nem por isso o menos entusiasmante, com o público, mais uma vez, a cantar grande parte da música.

Aproximávamo-nos do final do espectáculo a passos largos e a banda sai de palco. Ouvem-se as habituais aclamações e, passados poucos minutos, regressam os músicos com o rugido da guitarra que abre o obrigatório Still Of The Night, um dos maiores hinos do hard-rock dos anos 80. Acaba a música, David Coverdale despede-se do público, sugerindo “don’t ever let anyone make you affraid” e grita com toda a força da sua voz os últimos “still of the night, still of the night, still of the night”. Chega assim ao fim mais uma grandioso concerto… ou talvez não.

O público pede mais, e a banda corresponde com mais duas músicas.

Mais não se pode pedir. Entre grande parte dos seus maiores êxitos e uma ou outra música dos Deep Purple, os Whitesnake ofereceram aquilo que, certamente, o público esperava. É a prova de que os “cotas” ainda sabem o que fazem e têm muito para ensinar. Até à próxima…

Excerto do DVD Live in the Still of the Night: