Archive for the ‘Concertos’ Category

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KAMELOT – Rule The World Tour Europe 2009

Abril 11, 2009

kamelotspainAinda não passou sequer um ano desde que conheci a música dos Kamelot, mas não foi isso que me impediu de os ir ver a Madrid no passado dia 4 de Abril.
800 pessoas aguardavam, numa sala Heineken esgotada, um espectáculo que prometia. Para apoiar a banda norte-americana estavam agendadas as actuações dos austríacos Serenity (cujo espectáculo teve, infelizmente,  de ser cancelado devido a uma infecção contraída pelo vocalista na garganta) e dos holandeses Delain.

Coube então ao quinteto dos Países Baixos a responsabilidade de aquecer o público espanhol (e os três grupos de portugueses que lá se encontravam =p), e a verdade é que conseguiram. Certamente que mesmo os que fossem mais críticos em relação à música (e não me parece que tenha havido algum), não puderam ficar indiferentes à vocalista Charlotte Wessels que, para além de ter uma voz extremamente agradável, já deve ter feito suspirar muito boa gente.

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A banda fundada por Martijn Westerholt, ex-teclista dos Within Temptation, tocou 4 músicas do seu novo álbum, April Rain, e duas do seu antecessor, Lucidity, sendo que The Gathering, tema com que encerraram a sua actuação, foi gravado com a participação de Marco Hietala, conhecido baixista e vocalista dos finlandeses Nightwish – estão, portanto, bem apadrinhados.
Os Delain puxaram pelo público, e o público respondeu. Muitos saltos, muito abanar de capacete, aplausos… pode-se dizer que nuestros hermanos sabem como dar ambiente a um concerto (passe o inconveniente de às vezes não saberem quando é altura de estarem calados).

Seguiram-se cerca de 40 minutos de espera para a organização preparar o material da banda que todos aguardávamos impacientes. Mas, felizmente, pontualidade foi o que não faltou.
Após uns primeiros momentos de introdução instrumental, eis que os Kamelot entram em palco com o riff contagiante de Rule the World, single do seu mais recente álbum Ghost Opera. Público reaquecido e toca a manter o ritmo. Somos brindados de seguida com When The Lights Are Down, Soul Society e Center of the Universe, que pouco espaço dão para descansar dos ritmos acelerados.
Entretanto, os intentos do vocalista Roy Khan de puxar por «MADRIIIIIIIIIDDD» eram bem correspondidos pela plateia.
The Pendulous Fall, tema tirado da segunda edição de Ghost Opera (Ghost Opera: The Second Coming), permitiu recuperar o fôlego mantendo um pouco do peso das músicas iniciais, seguindo-se-lhe Anthem,  que Roy explica ter sido escrito para o seu filho de 6 meses antes de completarem as gravações do álbum – e , infelizmente, foi durante esta balada, que pouco mais tem que voz e teclas, que um desgraçado de um espanhol se pôs a falar em altos berros com outro que estava ao meu lado… era caso para citar o rei Juan Carlos com o seu ¿Por qué no te callas?, mas adiante…
O alinhamento prosseguiu com Moolight e com uma jam session instrumental (uma surpresa), em que o vocalista teve direito a uns minutos de descanso e cada um dos restantes músicos teve o seu momento de glória.
As teclas de Oliver Palotai deram o mote para The Human Stain, mais um single do último trabalho da banda, que antecedeu The Haunting (Somewhere In Time), tema que na sua versão original conta com a participação de Simone Simons, vocalista dos holandeses Epica – cujo nome, curiosamente, é retirado do álbum homónimo dos Kamelot.
Antes de Oliver Palotai poder ter as atenções todas centradas em si, com mais um momento a solo, ainda pudemos ouvir Eden Echo, outro dos temas que compõem o alinhamento de Ghost Opera.
Já a caminho do fim, o guitarrista Thomas Youngblood tocou as notas iniciais daquele que seria o momento da verdade para os fãs. Em Forever, Roy Khan fez o tradicional duelo vocal com o público que, diga-se, mostrou-se bem à altura do desafio, tendo inclusivamente Roy tido alguma dificuldade em conseguir fazer-se ouvir por entre as vozes da plateia quando estava a apresentar os membros da banda.

Chegava assim ao fim a actuação principal do grupo, a que se seguiram 2 encores (o que já vai sendo raro nos dias que correm, infelizmente):
1.º encoreGhost Opera e Love You to Death, ambas do último álbum – sendo a segunda uma poderosíssima balada –, concluíndo com Karma, tema que recupera os ritmos rápidos e cuja quebra de tempo dificulta o acompanhamento ao cantar, mas que nem por isso tem menos força.
2.º encore: o obrigatório March of Mephisto – com a gravação da voz diabólica de Shagrath,  vocalista dos Dimmu Borgir, banda norueguesa de Black Metal – deu por terminado um concerto onde não faltaram interpretações teatrais, um espectáculo visual bastante bom, tendo em conta as reduzidas dimensões do palco, e uma interacção com o público que deixa muita vontade de regressar a um espectáculo com estes 5 senhores do metal.

Fica aqui o vídeo oficial de Rule the World.

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KAMELOT – One Cold Winter’s Night

Dezembro 23, 2008
Kamelot - One Cold Winters Night

Kamelot - One Cold Winter's Night

Depois de mais de um ano de inactividade, devido a falta de tempo, pachorra e a uma boa dose de preguiça, decidi que era tempo de publicar qualquer coisa de novo no blogue.
E faço-o com um artigo sobre uma banda que me foi apresentada recentemente e com a qual fiquei muito bem impressionado.

Os Kamelot são uma banda americana de Power Metal fundada em 1991 pelo guitarrista Thomas Youngblood e o baterista Richard Warner.

14 anos, 7 álbuns e muitas mudanças de membros depois, os Kamelot editam o seu primeiro DVD ao vivo, entitulado One Cold Winter’s Night. Gravado durante a segunda mão da Black Halo World Tour, em promoção do álbum The Black Halo, de 2005, o DVD mostra-nos um concerto notável em vários aspectos.

Em primeiro lugar, Roy Khan, o vocalista, tem uma grande presença em palco e mostra que os seus dotes vocais não são apenas trabalho de estúdio. Além disso, os restantes membros demonstram todos um profissionalismo enorme em palco. Talvez à excepção do baixista, Glenn Barry, que tem uma prestação menos destacada, tanto Thomas Youngblood como o baterista Casey Grillo e o teclista Oliver Palotai têm direito aos seus momentos a solo, onde dão provas das suas capacidades.
Há ainda que referir todo o espectáculo cénico que envolve o concerto. Tendo em conta as dimensões relativamente modestas do recinto, a banda conseguiu oferecer um espectáculo visualmente apelativo, com um bom jogo de luzes, confetti, e uma actuação bastante teatral de Roy Khan e dos vários convidados que surgiram em palco.
Por fim, deve dizer-se que, não sendo agressivo, é um concerto que mantém a força do princípio ao fim.

Para primeiro contacto, acho que não podia ter sido melhor.

Fica aqui o vídeo de Abandoned, um dos momentos mais calmos e bonitos do concerto.

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ROGER HODGSON – Ao Vivo no Coliseu de Lisboa

Setembro 17, 2006

Roger Hodgson LiveNo passado dia 31 de Agosto, o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, foi palco de um dos 2 concertos que o ex-vocalista dos Supertramp deu em Portugal (infelizmente, o concerto agendado para 10 de Setembro em Guimarães, foi cancelado). Este espectáculo teve a particularidade de termos Roger Hodgson acompanhado de uma orquestra para tocar temas da sua carreira a solo e também muitos dos êxitos por si compostos enquanto membro dos Supertramp, num concerto que, certamente, trouxe muita nostalgia a grande parte do público presente, sendo reavivada a memória da passagem da banda pelo Pavilhão Dramático de Cascais em 1979.

Cumpridor da famosa pontualidade britânica, o simpático cantor de 56 anos chegou, cumprimentou o público, sentou-se ao piano e abriu com Take the Long Way Home. Seguiu-se o obrigatório Give a Little Bit, depois de Roger explicar que gosta de iniciar sempre os concertos com este tema “because it has such good vibes” – e o que é certo é que, realmente, todo o público ajudou a cantar esta música.

Depois de Lovers in the Wind, uma bonita balada do seu primeiro álbum a solo (In the Eye of the Storm, de 1984), veio a música que levantou o Coliseu pela primeira vez, Hide in Your Shell, que teve direito a uma calorosa ovação por parte do público.

Keep the Pictures Warm foi uma pequena surpresa. Este tema recém-nascido e que promete um novo álbum para breve foi gravado no Canadá já durante esta tournée mas, no entanto, não faz ainda parte do alinhamento presente no DVD ao vivo que Roger gravou em Montreal.

Chegava então a vez de Breakfast in America, uma música que, como explicou o cantor, foi escrita ainda antes de os Supertramp existirem e que retratava o seu desejo de visitar o Novo Continente. Ainda do mesmo álbum, tivemos Lord is it Mine, antes de se passar à dupla que abre o álbum Crisis? What Crisis?, sendo o público e Hodgson, com a sua guitarra de 12 cordas, os intérpretes de Easy Does It e Sister Moonshine. The Logical Song fecharia esta primeira parte do concerto.

Após cerca de 20 minutos de intervalo, tivemos uma segunda parte que abriu em grande força, com a harmónica de School a merecer grandes ovações.

Seguiu-se um momento mais calmo com If Everyone Was Listening e Even in the Quietest Moments e, depois, foi altura de Only Because of You, mais um tema da carreira a solo de Roger.

Voltou-se à música mais mexida com Dreamer (que levantou, pela segunda vez, o público) e, depois, It’s Raining Again antecedeu mais um momento alto do concerto, com a interpretação na íntegra do grandioso Fool’s Overture, que teve direito a um longo e merecido aplauso, também em pé.

Para o encore, ficavam Two of Us e a repetição de Give a Little Bit, para terminar o concerto com a mesma boa disposição com que haviamos começado.

Em género de conclusão, pode-se dizer que foi um concerto bastante agradável, com o músico a mostrar-se sempre extremamente simpático, afectuoso e bastante conversador, demonstrando que estava ali para passar, ele próprio, um bom bocado, e não apenas a marcar calendário. E falta apenas salientar o facto de Roger Hodgson ter elogiado bastantes vezes a orquestra com quem se sentia lisonjeado por poder trabalhar.

Ficamos à espera do seu próximo trabalho e do DVD para relembrar esta agradável noite.

Edit: o DVD já saiu, chama-se Roger Hodgson: Take The Long Way Home – Live  in Montreal, e fica aqui The Logical Song 🙂

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WHITESNAKE Live In The Still Of The Night

Agosto 15, 2006

Whitesnake - Live In The Still Of The Night

14 de Junho de 2006, cerca das 20 horas. A fila para entrar no Coliseu dos Recreios estende-se já por algumas dezenas de metros. 20 minutos depois, abrem-se as portas do recinto. A entrada faz-se sem problemas e conseguimos arranjar um lugar mesmo de frente para o palco. O público vai entrando e a plateia e bancadas vão-se compondo, ao som ambiente de várias músicas de hard-rock com alguns nomes conhecidos.

Após uma espera de cerca de uma hora, as luzes apagam-se e ouvem-se os aplausos do público espectante. Começamos a ouvir um som de sintetizador em crescendo… mas não, não são ainda os Whitesnake. Para surpresa de alguns, o concerto tem primeira parte e esta fica a cargo dos portugueses Faithfull, que têm assim a sua segunda participação como banda de apoio aos Whitesnake no espaço de 2 anos. Cerca de 40 minutos de actuação bem sucedida (à excepção de um pequeno deslize do guitarrista, mas nada de grave) confirmaram a qualidade da banda ao vivo, que já tinha sido testemunhada por quem viu o concerto de 2004 no Pavilhão Atlântico.

Voltam a acender-se as luzes do Coliseu e é altura de pôr a descoberto o material da banda cabeça de cartaz. Afinações finais dos instrumentos, últimos retoques, tudo com o som, novamente, de várias músicas rock, entre as quais, curiosamente, uma de David Coverdale a solo (um pouco de auto-promoção não faz mal nenhum).

O Coliseu volta a ficar às escuras… começam a ouvir-se os primeiros sons do teclado… o público vibra… “HERE’S A SONG FOR YA” grita David Coverdale e o mote está dado para o início de mais um grandioso concerto. O início é simplesmente avassalador, não havendo pausa da primeira para a segunda música. Só depois disso David Coverdale se dirige com mais cuidado ao público caloroso e pede a sua ajuda para o ajudar a cantar os primeiros versos de Love Ain’t No Stranger. Diga-se de passagem que a interacção entre Coverdale e o público foi uma constante ao longo do concerto, o que lhe deu um ambiente espectacular.

Tentando resumir aquilo que só quem lá esteve poderá compreender verdadeiramente, o que é certo é que o calor que se fez sentir não impediu ninguém de viver intensamente o espectáculo e cantar com a banda os seus êxitos mais conhecidos, entre eles os inevitáveis Is This Love e Here I Go Again. O poderoso Crying In The Rain deu oportunidade ao baterista Tommy Aldridge para brilhar com o seu solo de bateria de mais de 5 minutos, metade dos quais tocados apenas com as mãos, já que as baquetas tinham sido atiradas para o público a meio do solo.

Solos de guitarra nos entretantos e chegávamos a Ain’t No Love In The Heart Of The City, a balada que proporcionou o momento mais tranquilo de todo o concerto, mas nem por isso o menos entusiasmante, com o público, mais uma vez, a cantar grande parte da música.

Aproximávamo-nos do final do espectáculo a passos largos e a banda sai de palco. Ouvem-se as habituais aclamações e, passados poucos minutos, regressam os músicos com o rugido da guitarra que abre o obrigatório Still Of The Night, um dos maiores hinos do hard-rock dos anos 80. Acaba a música, David Coverdale despede-se do público, sugerindo “don’t ever let anyone make you affraid” e grita com toda a força da sua voz os últimos “still of the night, still of the night, still of the night”. Chega assim ao fim mais uma grandioso concerto… ou talvez não.

O público pede mais, e a banda corresponde com mais duas músicas.

Mais não se pode pedir. Entre grande parte dos seus maiores êxitos e uma ou outra música dos Deep Purple, os Whitesnake ofereceram aquilo que, certamente, o público esperava. É a prova de que os “cotas” ainda sabem o que fazem e têm muito para ensinar. Até à próxima…

Excerto do DVD Live in the Still of the Night: